sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Nação Fast-Food (2006)

Fast Food Nation - Pra começar, o filme tem a Avril Lavigne como ativista descolada que quer mudar o mundo. Calma, pelo menos ela não é a personagem principal. Por um aspecto, Nação Fast Food é um bom filme. A idéia do diretor de englobar a visão de três personagens principais sobre o mesmo fato é, no mínimo, inteligente. O filme retrata o mercado de fast food norte-americano através dos olhos de um dos empresários da companhia, de uma garota que trabalha em uma das lanchonetes da rede e de alguns dos milhares de mexicanos ilegais que trabalham na produção deste mercado. A idéia é ótima, se o filme realmente nos levasse a algum lugar. Apesar de todos sabermos que aquela fábrica está errada e torcer para que tudo aconteça de forma que no final tudo termine bem para nosso mundo, o filme retrata com certa imparcialidade fatos que todos achamos que acontecem nas grandes marcas como Mc Donald's desde contratar mão-de-obra desqualificada até o cara que cospe dentro do hamburguer do cliente. Algumas vezes a realidade se confunde com a ficção, no fundo não conseguimos saber se é uma denúncia ou uma ficção com final decepcionante. Talvez as melhores cenas sejam as últimas, em que uma das mexicanas consegue um emprego no abatedouro. As cenas em que ela caminha até seu posto de trabalho passando por todo o local são tristes e chocantes para qualquer um. Pra finalizar, desmistificou aquele caso do cara que caiu num tanque da Coca-cola e derreteu, indo pra várias garrafas do produto. Na verdade ele perdeu uma perna na máquina, esta caiu junto com a carne e acabou parando num Mc Lanche Feliz. Animal, digo, canibal!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O Orfanato - El Orfanato (2007)

O Orfanato é um filme espanhol de Guillermo Del Toro (O Labirinto dos Faunos). Laura (Belén Rueda) volta ao orfanato onde foi criada para assumir a casa com seu noivo e filho adotivo. A trama começa a tomar forma quando o garoto Símon diz brincar com amigos imaginários e, claro, é ignorado pelos pais até sumir repentinamente, durante uma festa no local. Após alguns meses a família, mesmo com a ajuda da polícia, não consegue encontrar o menino e começa a descobrir fatos assustadores sobre o local. O filme tem um estilo marcante, apesar dos clichês de terror na trama como objetos que quebram repentinamente indicando algo, o longa possui alguns trechos bastante criativos e realmente sombrios como o ranger do gira-gira no quintal da casa. O filme possui uma fotografia inteligente e um final triste/feliz - por favor, não me peçam para explicar - que só assistindo para entender. O Orfanato é um filme clichêzão que trata de crianças, espíritos e uma casa mal-assombrada, tem boas cenas de medo e poucas novidades no roteiro. vários atores novos, inclusive o diretor, o catalão Juan Antonio Bayona, uma vez que Del Toro apenas assina apenas a produção da obra. Mas entre eles um veterano chama a atenção. O ator que interpreta o especialista em paranormalidade é realmente Edgar Vivar, mais conhecido como o Sr. Barriga ou Nhonho do seriado Chaves.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Juventude Rebelde - Kidulthood (2007)

A típica história do Ensino Médio norte-americano. Uma escola pública, um cara que comanda o lugar apavorando outros alunos e provando ser o "maioral". Trife é um garoto comum divido entre diversas vidas: os amigos da escola, sua namorada e seu tio, envolvido com o crime. Entretanto, escolher uma das três pode se tornar a tarefa mais difícil que ele já teve. É um filme bacana, com as piegas dúvidas adolescentes, mas se torna um pouco mais interessante por se tratar de sentimentos da juventude de bairros pobres. Como sei que você provavelmente não vai assistir, a história toda acaba culminando em uma tragédia que joga tudo de volta ao ponto de onde começou, mas claro, o filme termina aí. Sem muitos pontos positivos, mas algumas sacadas legais, quando um dos personagens tenta se envolver com uma mulher mais velha e, ao ver que não vai dar em nada, resolve roubar a carteira da moça. Engraçado, pra não dizer bizarro. É um filme sem final feliz, para o pavor dos aficcionados em blockbusters. As cenas finais lembram muito essas reconstituições de crimes que aparecem no jornal. Tudo bem, sem mais metáforas por hoje. Não vale muito a pena, mas atenua lados marcantes da sobrevivência nas ruas, brigas, intrigas e possui alguns trechos de bastante reflexão, quando alguns garotos começam a pensar como adultos e passam a tomar decisões, ainda que estas interfiram no resto de suas vidas. Po, ficou com cara de romance, não?

Sangue Negro (2007)

There Will be Blood - Daniel Plainview é um minerador que, por acaso, descobre petróleo em suas terras. Isso em 1898, no Novo México. Um homem de sua equipe morre em um acidente, deixando para trás um bebê sozinho, que acaba por ser adotado pelo minerador. Agora homem do petróleo, como se auto-intitula, Daniel arrenda junto ao seu "filho" infinitos hectares de terra, pagando injustamente, é claro, as famílias residentes dos locais onde o petróleo de certo valeria muito dinheiro. Faz uma pose de homem de família ao levar o menino em todas as suas reuniões. Seu poder e fama o tornam então um dos maiores produtores de petróleo, com sua história de empreendedorismo, valentia e hostilidade. O que lhe falta, entretanto, é a essência familiar. O diretor Paul Thomas Anderson acertou neste épico com final poético e inconsequente. Dizem muito sobre seus trabalhos, até o comparam com Orson Welles, mas segundo o Marcelo Hessel, do Omelete isto é só a mais nova balbúrdia de Hollywood (leia). Sangue Negro é cheio de frases carregadas, cenas fortes e músicas estranhas. No final, acaba sendo um ótimo filme. Talvez pelo absurdo contraste criado entre ter tudo o que o dinheiro pode comprar e não ter nada o que as relações humanas podem lhe oferecer.